A hierarquia é a ordem de chegada e posição dos membros de uma família ou empresa. Cada membro deve ter e estar no seu devido lugar, pois quem chega primeiro tem precedência sobre quem chega depois.
Bert Hellinger nos ensina uma imagem muito simples de fácil entendimento para que tenhamos a percepção do quão fundamental é a ordem nos sistemas: basta imaginarmos uma jarra cheia de água. A água representa o amor e a jarra a ordem. A água pode ser a mais pura possível, porém, se não tiver a jarra que a contém, ela se esvairá. Essa linguagem metafórica nos mostra que antes do amor, vem a ordem hierárquica, ou seja, não basta amarmos muito nossos filhos, nossos companheiros, nossa família. Se não respeitarmos a ordem de chegada, esse amor também se esvairá. E ponto!
Apesar de ser uma lei muito simples, vemos a todo o momento sua violação, como por exemplo, crianças ocupando posições de destaque em suas famílias e ditando as regras da casa para seus pais. A princípio, pode ser até “engraçadinho”, mas com o tempo essas crianças crescem e começam a transgredir todas as posições hierárquicas, desrespeitando os pais, os irmãos mais velhos, os professores na escola, o chefe de sua empresa. Esse comportamento se perpetuará com seus próprios filhos, que também serão crianças grandes, pois quem não vivenciou o papel de filho tendo como referência os seus pais, terá grande dificuldade em integrar o papel de pai e mãe diante dos próprios filhos. E assim seguirá por gerações e gerações, trazendo sofrimento e conflito nas famílias, além de consequências na vida emocional da pessoa, causando transtornos de ansiedade, depressão, dificuldade de se relacionar e outros.
A hierarquia nos mostra que, ao iniciarmos um relacionamento com alguém, temos que respeitar os relacionamentos anteriores de nosso parceiro independente do que tenha acontecido – o que inclui a primeira esposa ou primeiro marido, os filhos do primeiro casamento, a família de origem, etc – e nos colocar em nosso lugar, ou seja, o de quem acabou de chegar!
E por último, na esfera organizacional, pessoas recém-chegadas em uma empresa, muitas vezes até com cargos superiores, devem respeitar os velhos colaboradores, mesmo que não concorde com os meios atuais. O membro recém-chegado deve intervir e inserir novas ideias de maneira respeitosa e sem sentimento de menos valia com os membros mais antigos da empresa, senão certamente será boicotado pelos demais e não obterá bons resultados.
(Roberta Barsotti)