A Lei do Pertencimento nos mostra que todos os membros de uma família têm o mesmo direito de pertencer a ela, independentemente da maneira com que esse membro se comporta.
Em nosso julgamento, muitas vezes acreditamos que as “pessoas boas” da família têm mais direito de pertencer dos que as “pessoas más”, por exemplo, tendemos a excluir ou achar que tem menos direito de pertencer um irmão adulto que não trabalha, uma irmã que é dependente química, um pai que traiu a mãe no casamento, um familiar suicida, um avô que abandonou a família e até mesmo um tio que cometeu um crime.
Isso não quer dizer que este familiar esteja isento de repreensões, restrições e até de punições legais. Suas atitudes podem diminuir sua confiabilidade e até sua proximidade, mas não tira o seu direito de pertencimento.
Por outro lado, toda vez que um membro da família é excluído, algo surpreendente acontece: um descendente desta mesma família, de maneira inconsciente, acaba assumindo várias características do membro excluído. É uma forma instintiva que o sistema encontra para reequilibrar o campo familiar. Por exemplo: uma família que excluiu o avô alcoólatra, pode ter que encarar, anos depois, um neto alcoólatra que talvez nem tenha conhecido esse avô. Uma mãe que não aceita o pai de seu filho pode ver seu filho se comportando exatamente como seu pai, muitas vezes sem ter convivido com ele.
Quando os membros excluídos da família são reconhecidos é possível haver uma reconciliação pacífica entre todos. Para isso, é preciso grande coragem e apoio de um constelador sistêmico, pois exige a superação de julgamentos morais em favor da reinclusão daquele membro excluído, restabelecendo o fluxo do amor e trazendo um alívio imediato a todos da família.
(Roberta Barsotti)